Visita Técnica de estudantes de psicologia da UNISUL e entrevista com a psicóloga 


No dia 31/10/2014 as estagiárias de psicologia da UNISUL, Campus Grande Florianópolis estiveram no CENAP em razão de um trabalho de campo para a disciplina “atuação profissional com crianças em diferentes contextos”. O intuito da visita, bem como da entrevista, era conhecer o espaço e o público do Centro e compreender como é realizado o trabalho com as crianças, tanto no que se refere ao pedagógico, quanto à atuação do psicólogo.
A visita se iniciou com a psicóloga falando um pouco sobre o trabalho da FCEE, os Centros de Atendimento, o trabalho extensivo e os objetivos principais. Foram discutidos temas como criança e infância, a infância de uma criança com deficiência intelectual, múltipla, TEA e TDAH e as possíveis diferenças em relação à infância de uma criança de desenvolvimento típico e o trabalho da psicologia no CENAP. A visita se encerrou com as estagiárias conhecendo o espaço, materiais, equipe e um pouco do trabalho pedagógico. 

Um pouco da discussão realizada com o grupo visitante:

A criança enquanto um ser em pleno exercício de seu desenvolvimento é influenciada pelo contexto em que é inserido, pelo modo como se dá a sua infância enquanto se constrói, seja de um modo típico ou atípico cada criança será uma construção única e singular.
A infância enquanto um conceito socialmente construído irá consolidar o modo como a criança é vista e será também tratada, assim como o próprio modo como as pessoas com deficiência são vistas socialmente, já que muitas vezes a infância acaba, mas estas continuam sendo tratadas como crianças. Historicamente existem registros de modos diferentes de se pensar a infância, culturalmente nos dias atuais isso também pode ser percebido e de acordo com o modo como ocorre é possível perceber que algumas crianças não vivem suas infâncias ou as vivem por pouco tempo, as vivem de um modo autônomo e criativo ou oprimido e sem muito espaço. O modo como essa infância é vivenciada pelo sujeito irá influenciar na qualidade do desenvolvimento da criança. A infância das nossas crianças é sim diferenciada, não só culturalmente, mas também por ser ocupada por uma necessidade de mediar o desenvolvimento delas, ou seja, enquanto algumas crianças têm seu tempo preenchido por algumas atividades, as nossas precisam freqüentar terapias e atendimentos, entre outras diferenças que nos faltaria tempo para discorrer.
Em muitos momentos dessa história a pessoa com deficiência foi isolada de espaços diversos nos quais a infância acontece, a escola por exemplo. As estagiárias questionaram a posição da FCEE em relação a inclusão dessas pessoas na escola regular, momento em que foi esclarecido que os profissionais da FCEE não só concordam, quanto defendem a inclusão das pessoas na escola e em todos os espaços sociais, enquanto um direito e, inclusive, um facilitador do desenvolvimento humano, para além do infantil.
Acerca do trabalho da psicologia com este público alvo foi discutido a importância do trabalho com as famílias, o quanto essas crianças e familiares também têm demandas emocionais e o quanto o psicólogo se faz importante também no trabalho educacional e desenvolvimental. Por fim se falou na importância do trabalho multiprofissional para o desenvolvimento dos sujeitos e do psicólogo como peça fundamental desse processo.


Psicóloga Gabriela de Souza Dietrich

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